Cuentos
O Interesse pelas Coisas traz em si o inusitado, seja na forma de contar uma história, seja em elementos que a compõem. As narrativas presentes neste livro vão sendo desenhadas por uma mão que fala, distorce e modela como uma panela de barro, de maneira quase surreal, os objetos e as histórias que observamos. Nesse contexto, a relação de um jovem com a empresa em que trabalha, ou o confronto entre uma rotina de notícias violentas e um passeio de infância soam quase tal qual um aparente descompasso. Seria esse um descompasso do real? As coisas por si só não dizem tudo. No conto que dá nome ao livro, o narrador diz que "As palavras tentam ser como a corda de um vaqueiro". Elas buscam capturar sempre aquilo que é fluido, algo que não se firma, que é fugaz o bastante para não ser possível manejar com força ou racionalidade. Eduardo Villela traz em sua escrita a potência da estranheza e da beleza das coisas, que por vários motivos se ofuscam na rotina. Não é necessário razão absoluta para se chegar a um fim, mas é preciso sentir tudo aquilo que não é dito. O estranho, o incapturável, que poderiam passar desapercebidos, aqui saltam aos olhos do leitor.
© 2017 Editora Moinhos (undefined): 9788592579234
undefined: 16 de febrero de 2017
Cuentos
O Interesse pelas Coisas traz em si o inusitado, seja na forma de contar uma história, seja em elementos que a compõem. As narrativas presentes neste livro vão sendo desenhadas por uma mão que fala, distorce e modela como uma panela de barro, de maneira quase surreal, os objetos e as histórias que observamos. Nesse contexto, a relação de um jovem com a empresa em que trabalha, ou o confronto entre uma rotina de notícias violentas e um passeio de infância soam quase tal qual um aparente descompasso. Seria esse um descompasso do real? As coisas por si só não dizem tudo. No conto que dá nome ao livro, o narrador diz que "As palavras tentam ser como a corda de um vaqueiro". Elas buscam capturar sempre aquilo que é fluido, algo que não se firma, que é fugaz o bastante para não ser possível manejar com força ou racionalidade. Eduardo Villela traz em sua escrita a potência da estranheza e da beleza das coisas, que por vários motivos se ofuscam na rotina. Não é necessário razão absoluta para se chegar a um fim, mas é preciso sentir tudo aquilo que não é dito. O estranho, o incapturável, que poderiam passar desapercebidos, aqui saltam aos olhos do leitor.
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