A Cidade e as Serras, um expoente do realismo português, discute o paradoxo da modernidade: o homem tem tudo ao alcance das mãos, mas há algo que lhe escapa, que não sabe mensurar.
Jacinto de Tormes é o burguês típico: acompanha os avanços tecnológicos de sua época, dá festas chiques, come em restaurantes caros, lê e discute filosofia; desfruta, enfim, de todos os bens inventados pelo civilização. Ele dizia que “o homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado”. Não obstante, Jacinto, de absolutamente orgulhoso e esbanjador, vai arqueando; torna-se pessimista.
No auge de sua depressão, cita Schopenhauer: “viver é sofrer”. Nada basta e tudo enfastia. Depara-se com as insuficiências do ser, com o absurdo da vida e, diante de toda a ventania das informações, das descobertas e das edificantes elucubrações, sente tédio. Zé Fernandes, o narrador da história, seu amigo, surpreende-se, certo dia, com a intenção de Jacinto de ir às serras de Portugal a fim de reconstruir a capela de seus ancestrais. É lá, em contato direto com a natureza, distante de qualquer adorno da cidade, que Jacinto vigora-se e descobre a beleza da simplicidade, o contato com a terra e a boa comida. Satisfaz-se, tornando-se radiante.
Eça de Queirós, irônico e pontual, retrata, pelo caminho da literatura, aquilo que Epicuro, Rousseau e tantos outros grandes pensadores elaboraram em sua s filosofias.
© 2010 Universidade Falada (Audiolibro ): 9788560997473
Fecha de lanzamiento
Audiolibro : 1 de enero de 2010
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A Cidade e as Serras, um expoente do realismo português, discute o paradoxo da modernidade: o homem tem tudo ao alcance das mãos, mas há algo que lhe escapa, que não sabe mensurar.
Jacinto de Tormes é o burguês típico: acompanha os avanços tecnológicos de sua época, dá festas chiques, come em restaurantes caros, lê e discute filosofia; desfruta, enfim, de todos os bens inventados pelo civilização. Ele dizia que “o homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado”. Não obstante, Jacinto, de absolutamente orgulhoso e esbanjador, vai arqueando; torna-se pessimista.
No auge de sua depressão, cita Schopenhauer: “viver é sofrer”. Nada basta e tudo enfastia. Depara-se com as insuficiências do ser, com o absurdo da vida e, diante de toda a ventania das informações, das descobertas e das edificantes elucubrações, sente tédio. Zé Fernandes, o narrador da história, seu amigo, surpreende-se, certo dia, com a intenção de Jacinto de ir às serras de Portugal a fim de reconstruir a capela de seus ancestrais. É lá, em contato direto com a natureza, distante de qualquer adorno da cidade, que Jacinto vigora-se e descobre a beleza da simplicidade, o contato com a terra e a boa comida. Satisfaz-se, tornando-se radiante.
Eça de Queirós, irônico e pontual, retrata, pelo caminho da literatura, aquilo que Epicuro, Rousseau e tantos outros grandes pensadores elaboraram em sua s filosofias.
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